A virtude da Fortaleza vivida em família

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica a virtude “permite à pessoa não somente praticar atos bons, mas dar o melhor de si mesma”. E não seria isso a chave para um bom relacionamento com as pessoas a nossa volta? Para encontrarmos essa resposta basta aplicarmos a afirmação do Catecismo em nossas famílias. Se todos em nossa casa dessem o seu melhor em tudo o que fazem? Se praticássemos mais atos bons do que ruins com nossos familiares? Ao refletir sobre isso facilmente chegamos à conclusão de que cultivar virtudes e algo que vale a pena pensar.

Dentre as virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança), ou seja, aquelas que podem ser conquistadas pelo esforço humano, a fortaleza se destaca por ouvirmos frequentemente em frases de incentivo e motivação. “É preciso ser forte!”, “aguenta firme!”, “ele tem muito força diante dos problemas!”. No entanto, a fortaleza tem duas formas de manifestação: a capacidade de enfrentar e capacidade de resistir.

O enfrentamento aqui se refere “a firmeza e a constância na persecução do bem”, e não o mero embate de ideias motivado pelo orgulho. Pensando no contexto familiar, vemos que é preciso ser firme e constante em diversos momentos: na educação dos filhos, na administração financeira, na resolução de tensões etc. No entanto, existe situações que não cabe a nós mudar e então precisamos resistir às adversidades. Nesse aspecto podemos incluir as doenças, o desemprego, as características incomodas do outro etc.

Principalmente quando precisamos resistir e experimentar uma certa “impotência” diante dos desafios, a virtude é forjada por Deus em nossa alma e então  entendemos o que Paulo dizia aos Coríntios: “porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” 2Cor 12, 9.

Quando olhamos nossa sociedade atual, percebemos pessoas acostumadas que se dizem cheias de problemas e que fazem de tudo para retira-los de seu caminho com o menor esforço possível. Entretanto, quando olhamos as dificuldades como problemas, procuramos um meio de nos livrar delas. Mas quando enxergamos desafios, queremos supera-los e isso inclui aprender com eles. A falta de educação do meu filho ou os meus problemas com os meus pais, não podem ser problemas com que me livro como um papel que jogo no lixo, pois não quero carregar.  Preciso aprender com essas pequenas provações diárias que Deus vai proporcionando. “Pois é no fogo que o ouro e a prata são provados” Eclo 2, 5.

Minha família não pode ser um fardo carregado ou, de forma ainda pior, lugar no qual desconto minha raiva e inquietação. Família é lugar de cultivar virtudes. A minha casa precisa ser o primeiro lugar a conhecer aquilo que tenho de bom ou aquilo que tenho tentado melhorar. Mas, preciso do outro para que essa melhora aconteça, pois como diz o Papa Francisco “quando vencemos juntos os desafios somos mais fortes”.

Que possamos rezar como São Francisco de Assis:

Senhor, daí-me força para mudar o que pode ser mudado

Resignação para aceitar o que não pode ser mudado

E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.

 

Referências:

Catecismo da Igreja Católica

http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s1cap1_1699-1876_po.html

Vicente Jr (filho do casal Fernanda e Vicente)