Testemunho do Acampamento de Casais

Sou o Cleber da Cristiane, somos casados há 14 anos e estamos juntos há 24, temos dois filhos, a Naeôbe de 12 anos e o Davi de 5 anos. Trabalhamos durante sete anos para construir nossa casa e depois de pronta estamos há dois anos só pagando dividas da obra, o que dá um total de nove anos.

Eu sempre fui uma pessoa envolvida com as coisas do mundo e a Cris uma pessoa sempre mais focada na igreja. Com o passar do tempo, começamos a caminhar por caminhos totalmente diferentes, e o caminho que eu escolhi não havia Deus. Eu parei de acreditar em Deus e  também no diabo, me tornei totalmente cético. Eu acreditava que tudo na vida era uma questão de escolha, onde as consequências seriam resultados dessa escolha… Isso me levou a um mundo sem Deus e, sem Ele, fiquei vulnerável a tudo de ruim que poderia acontecer…

No fim de março deste ano, eu e Cris nos separamos, tirei minha aliança e disse que nunca mais voltaria a colocá-la. O estranho é que eu não deixei de amá-la, mas eu não conseguia mais ficar em paz ao lado dela.

Teve momentos em que eu a vi sofrendo, e pedir a Deus que desse outro marido a ela, para que esse sofrimento passasse…

Com o tempo, as coisas foram piorando e eu já não conseguia frequentar ambientes familiares. Me afastei dos meus amigos, e  me dava raiva festas de família e até mesmo a oração antes de um parabéns me atingia, me gerava ódio, uma coisa muito ruim. Eu não entendia como podia, depois de tanta luta, simplesmente virar as costas e ir embora.

Numa madrugada eu estava pronto para sair de casa e não mais voltar, chamei a Cris para fazermos uma oração. Nos ajoelhamos ao pé da cama, oramos e depois a Cris pediu para que eu lesse uma passagem da Bíblia. Abri em uma página qualquer e li, era Ezequiel 36, 24-26.

Porém, nada mudou, continuamos separados e nossa vida se tornou uma concha vazia. Enfim, veio o primeiro convite para o acampamento e eu disse não várias vezes, amigos insistiam para que fossemos, mas, muito relutante, finquei o pé e não fui.

Mas, a vida não para e, comecei a me envolver com outra pessoa, achava bom, pois eu não precisava mais ter vergonha, uma vez que era tudo novo e eu podia fazer tudo diferente, podia ser uma pessoa melhor, até mesmo porque começar do zero é mais fácil do que reconstruir um casamento falido.

Meus amigos não desistiram e veio o segundo convite para o acampamento, eu aceitei, mas com a finalidade de poder voltar de lá e dizer: “eu tentei de tudo mas não é isso que Deus quer…”

E assim aos trancos e barrancos chegou o dia do acampamento. Ao entrar no sitio, Deus já me colocou à prova, pois chegou um casal do qual eu tinha muita mágoa, mas mesmo com muita raiva suportei quieto.

No primeiro dia toda palestra que eu ouvia me açoitava, me ofendia e me gerava raiva, me fazendo pensar a todo momento em ir embora. Eu sentia que meu lugar não era ali, sentia ódio de todos, até mesmo do padre pois ele me olhava e eu não conseguia encara-lo.

No segundo dia eu tava sufocado, chamei o Fabio, meu líder de tribo, e disse: eu quero ir embora, pois eu estou com ódio de todos, do Paulinho, do Felipe, do Padre e até de você, e só não vou embora porque tem um casal de amigos que veio de carona.

Falei também de coisas que tinham acontecido há anos atrás. Ele me acolheu e me acalmou, e em seguida voltamos para sala de palestras, só que aquela sala me queimava por dentro, e foi nesse momento que Deus falou comigo diretamente, pois pediram para que abríssemos a Bíblia e, ao abri-la fiquei pasmo, pois  a passagem era: Ezequiel 36, 24-26, e de imediato não acreditei, pensando que não era possível ser a mesma passagem daquela noite na qual oramos em casa, aos pés da cama.

Mesmo sem entender o sinal de Deus, em seguida fui colocado frente à frente com Deus, e eu disse: eu estou aqui, me prova que você existe! Eu saí de casa e vim, fiz a minha parte e agora??? E assim, continuei falando coisas desse tipo.

Logo em seguida a Cris me abraçou e Deus falou comigo através dela. Eu choro só de lembrar. Não foi essas palavras que ela usou, mas eu entendi assim: “Essa foi a mulher que eu, Deus, dei para você e e ela será sua salvação, tome posse da benção que eu dei para você.”

Gente é uma pena não ter palavras para expressar o que eu senti naquela hora, mas era como se tivesse um bolo dentro de mim querendo sair e eu não conseguia respirar, não conseguia falar, não conseguia andar e assim fiquei por uns 45 minutos. Com o passar do tempo foi acalmando meu coração e fui sentindo uma paz, algo que palavras não explicam.

Então, o acampamento continuou e Deus permaneceu falando comigo. Eu me sentia a pessoa mais errada do mundo e ouvi um dos meus irmãos dizer: vocês são um exemplo para mim. Naquele momento pensei, como posso ser exemplo para alguém???

Foi quando notei que Deus tem uma missão para mim e a Cristiane, minha esposa amada.

E não parou por ai… Ele me mostrou que, na verdade, eu não sentia ódio daquelas pessoas… eu sentia ódio de mim mesmo… e assim Ele me curou… peguei minhas alianças me ajoelhei diante da Cris e perguntei: Você aceita ser minha esposa por toda vida??? E ela respondeu: SIM.

Esse SIM salvou minha vida…. esse sim salvou minha alma…

Um abraço a todos irmãos… e que Deus possa estar sempre conosco. Amem!

Cleber da Cris