Vede, os filhos são um dom de Deus!

Enfrentamos dias difíceis. Crise na economia, na segurança pública, crises de moral e de fé. Quanta violência nos cerca, quanta insegurança ao pensar no dia de amanhã…

As preocupações giram em torno dos bens materiais, do cumprimento das obrigações civis; preocupa-nos o ter, o ganhar, as promoções profissionais, o bem-estar e conforto financeiros.

Nossas famílias são fortemente atingidas por todas essas preocupações desde o seu nascimento. É cada vez mais comum vermos casais que adiam seus casamentos pelo desejo de estabilidade financeira, casais que não se abrem ao maravilhoso desafio de construir um patrimônio ao lado daquele que o Senhor o confiou. Quando se casam, continuam a adiar a formação de suas famílias fechando-se à vida em nome de melhores empregos, mais dinheiro nas contas bancárias, viagens ainda não realizadas, metas ainda não alcançadas, faculdades não cursadas, pós-graduação não concluída. Esposos e esposas que competem entre si por melhores posições, melhores empregos, maiores salários.

A crise na moral tenta mudar nosso foco, tira nossos olhos do essencial, da educação, do bem formar, da transmissão de valores, e direciona para o ter, o comprar, o ganhar. Fala-se em ter um só filho e a este único filho dar tudo do bom e do melhor, boa escola, melhores roupas, brinquedos caros, a melhor faculdade. Um único ser cercado de todo conforto e mimos possíveis.

A crise na fé deturpou a imagem da família aos olhos de Deus, tenta tirar da mulher a beleza do gerar e do cooperar com o Senhor na Sua obra criacional. Tantas ideologias baratas, feministas radicais que tentam fazer da mulher um outro homem da forma mais errada possível, enquanto São Paulo tão belamente nos diz que a mulher “será salva pela sua maternidade, desde que, com modéstia, permaneça na fé, no amor e na santidade” (1 Timóteo 2, 15).

A imagem de uma família numerosa ficou restrita aos quadros pendurados nas paredes nas casas de nossos avós. Aos casais com mais de dois filhos restaram os comentários de “falta de juízo!” e questionamentos tais como “chega né?!”, “como você teve coragem com o mundo do jeito que está?!”, “operou para não ter mais né?!”, “foi sem querer?!”, “tá tomando remédio?!”, entre tantos outros.

Deus, que é família na Santíssima Trindade, quis na família apresentar caminho de salvação ao homem. O mundo precisa de casais corajosos que, respeitando questões de saúde e o saudável planejamento familiar de acordo com suas reais condições, estejam dispostos a gerarem santos e santas para o Senhor. Eis a nossa vocação, gerar santos e santas para o Senhor! Povoar o Céu!!

É agradável ao Senhor famílias numerosas, como nos diz o Salmista no Salmo 126, 3-5:

 “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas.

Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude.

Feliz o homem que encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade”.

Papa Francisco, durante a Missa da manhã na Casa Santa Marta no dia 27 de fevereiro desse ano, nos exortou sobre o medo, pecado que nos paralisa: “Deus nos livre do pecado que nos paralisa como cristãos: a covardia, o medo de tudo, que nos faz não ter memória, esperança, coragem e paciência”.

Tenhamos coragem de assumir nossa vocação, nossa missão de família de acordo com os desígnios do Senhor. Sejamos abertos à vida e acolhamos com amor os filhos que o Senhor nos confiar. Sigamos com nossos pés no chão mas com o coração em Deus e no nosso desejo de alcançar o Céu!

Acreditemos! É possível!!

 

Renata Ferreira Bonincenha